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Concurso do Brasão e do Hino de Marituba

A Prefeitura Municipal de Marituba alterou o calendário para a realização dos concursos de escolha do Brasão de Armas e do Hino do Município de Marituba. O novo prazo para realização as inscrições será entre os dias 20/04/2011 e 20/05/201 na sede da Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Lazer - Secdel, na Avenida Fernando Guilhon, 4680, altos, Centro de Marituba, informações: 3256-0437 e secdel.esportes@hotmail.com, no horário de expediente.

Um pouco da nossa história
O vilarejo
         Por volta do ano de 1880, o local onde hoje se encontra o centro da cidade de Marituba era habitado apenas por 05 (cinco) famílias, formando um vilarejo. Estas famílias viviam em função da agricultura.
         O nome que recebeu o vilarejo, Marituba, deve-se à abundância (na época) de árvores de Umari, cujo fruto era chamado de umari (Poraqueiba sericea) ou simplesmente mari.
         Como era de costume na época, as pessoas acrescentavam a terminação “tuba” a qualquer palavra que designasse o nome de um lugar pequeno. A letra “u”, inicial do nome do fruto foi suprimida e, por final, o vilarejo recebeu o nome de Marituba, que significa lugar abundante de umari.
         O umari é uma planta leguminosa, da família das Rosáceas icacináceas. O seu fruto é ovalado, de casca fina, amarelo-alaranjado, brilhante, de cheiro forte e polpa amarela, adocicada e oleosa, envolvendo a semente também comestível. Ao misturar a polpa de umari com farinha d'água, o povo amazônico obtém um prato substancioso, barato e fácil de preparar. Mesmo quando ainda duro, pode ser amolecido com água morna.
         As terras, onde hoje se encontra Marituba, foram doadas pelo Império através da Lei nº 514 de Outubro de 1848. O total foi de 06 (seis) léguas.

A vila operária
         Em 1883, na administração de Visconde de Maracaju (na época presidente da Província do Grão Pará), foram iniciadas as obras da Estrada de Ferro de Bragança.
         Em novembro de 1905 o então governador Augusto Montenegro resolveu construir, na localidade de Marituba, as oficinas da Estrada de Ferro Belém-Bragança.
         Em 1906 as obras foram concluídas e cria-se, neste mesmo ano, um núcleo de apoio à Estrada de Ferro. A atual Rua Fernando Guilhon, no período ferroviário, foi o assentamento dos trilhos que formavam a ferrovia, sendo que a antiga caixa d’água (localizada às proximidades da referida rua) fazia o abastecimento das grandes máquinas que iam e vinham de Belém para Bragança.
         Em 1907 deu-se a construção da vila operária de Marituba, quando o Dr. Swindeler, juntamente com o Sr. Palma Muniz, e outros, viram-se obrigados a construir residências para seus operários de manutenção que trabalhavam nas oficinas da Estrada de Ferro de Bragança. Mais de 20 casas foram construídas.
         Na época foi providenciado para que uma das casas da vila fosse destinada a servir de escola primaria. A referida escola, que funcionou onde hoje se encontra o Supermercado Firmeza, era chamada de Grupo Escolar Padre Anchieta. Posteriormente sua localização foi modificada e passou a ser chamada de Padre Romeu Pires Borges, sendo localizada, atualmente, na rua aos fundos da Escola Fernando Ferrari.
         Em 1908 o governador Augusto Montenegro comunicava sua mensagem oficial relativa à inauguração da Estrada de Ferro de Bragança.
         A construção da Estrada de Ferro Belém-Bragança estava relacionada à necessidade de se escoar produtos agrícolas das colônias instaladas próximas à capital, como Apeú, Castanhal, Inhangapí, Jambú-Açú e aquelas localizadas na zona Bragantina. Na época, as ferrovias eram o mais eficiente meio de transporte do país e o governo de Getúlio Vargas apostava no desenvolvimento de nossa região através da ferrovia que, segundo ele, era mais barata e de maior carregamento.
         A vila operária de Marituba passou quase cem anos como uma vila de Santa Izabel, depois de Benevides e de Ananindeua.


A estação de Marituba parece ter sido aberta com o primeiro trecho da ferrovia, entre Belém e Benevides, em 1884. Na foto acima, a estação, ao fundo, a torre da caixa d'água e a vila ferroviária. A estação, nessa época, parecia não ser a mesma que existia em 1957. A foto deve ser dos anos 1910. Na foto abaixo, mesma época, o pátio visto da estação, com a caixa d'água e a vila operária.

 
Os movimentos pró-emancipação

         Marituba já é município desde abril de 1994, quando a população foi às ruas e decidiu, em plebiscito, pela emancipação da antiga vila. Contudo, somente em 1997 é que os maritubenses tiveram o privilégio de eleger seu primeiro prefeito.

O 1º Movimento
         No ano de 1983, uma comissão, aliás a pioneira, já realizava reuniões com o propósito de emancipar a vila, era a CEM – Comissão de Emancipação de Marituba. Nesta época, os motivos não eram tão diferentes dos de hoje, ou seja, o povo estava insatisfeito com a falta de transporte digno, de empregos, saneamento, escolas e assistência médica eficaz. Esta comissão tinha como líder um ex-funcionário da extinta Estrada de Ferro de Bragança (EFB), Luiz Mesquita da Costa, há anos radicado em Marituba. Foi na casa de nº 117, de propriedade de seu irmão, que Luiz Mesquita realizou a primeira reunião com a finalidade de debater o assunto entre os interessados e traçar a linha de ação que os norteariam na luta pela autonomia política e econômica da progressiva vila.
         Luiz Mesquita não cansava de dizer que os maritubenses estavam relegados a planos secundários pelas autoridades municipais, acrescentando que isso não era concebível, sobretudo porque Marituba, de acordo com sua opinião, já se constituía no núcleo urbano de maior importância da área da Grande Belém, pela sua sensível atração populacional.
         Por falta de mais divulgação e de mais consciência populacional, o esperado SIM não veio.

O 2º Movimento
         Em 1989 surgiu um novo movimento pró-emancipação de Marituba, desta vez liderado por Nelson Rebelo. Mas, somente em 1991 é que se conseguiu chegar ao plebiscito. Provavelmente por falta de informação e de esclarecimentos à população, o SIM mais uma vez não veio e o movimento fracassou.

O 3º Movimento
         Em 1993 o vereador Edimauro, de Benevides, colocou um “outdoor” em frente à feira de Marituba, conclamando a engajarem-se na luta em prol da emancipação. A repercussão foi grande e, a partir daí, surge mais um movimento, desta vez denominado de COPEM – Comissão Pró-Emancipação de Marituba, sendo liderada primeiramente por Fernando Corrêa e, mais tarde, por Eládio Soares.
         O movimento, que desta vez estava mais forte e mais esclarecedor, gozava de uma população mais consciente e atuante. A COPEM foi liderada inicialmente por Fernando Corrêa, Eládio Soares, Benedito Cardoso, José Morgado, Marly Santos, Maria de Lourdes Corrêa, dentre tantos outros. Com o crescimento do movimento foi necessário organizá-lo da melhor forma possível, sendo assim, a Comissão Pró-Emancipação de Marituba contou com Eládio Soares (presidente), Marly Santos (vice-presidente), Maria de Lourdes Lima Corrêa (1ª secretária), Jersy Cardoso (2º secretário), José Morgado (3º secretário), Paulo Silva dos Santos (1º conselheiro fiscal), Paulo Sérgio Espíndola (2º conselheiro fiscal), José Pedro Amorim (3º conselheiro fiscal), Antônio Joaquim Santos, Madalena Amaral, Reginaldo Araújo Freitas (membros do conselho fiscal), Antônio Cunha (1º tesoureiro), Neide Cavalcante Marinho (2º tesoureiro), Nelson Rebelo (3º tesoureiro), Dr. Wandernei Simor (1º assessor jurídico), Dr. Orlando Soares (2º assessor jurídico), Dr. Elson Soares (3º assessor jurídico), Deputado Manoel Antunes, o Pioneiro (3º consultor jurídico), vereador Antônio Medeiros (4º consultor jurídico), Jair Maurílio (1º assessor de imprensa), Imar Soares Coelho (2º assessor de imprensa), Paulo Cunha (1º diretor de patrimônio), Carlos da Silva Cunha (2º diretor de patrimônio), Raimundo Rudevan (3º diretor de patrimônio), Manoel Armindo (1º diretor de esporte), Emerson Marinho (2º diretor de esporte), Eloizio Vasconcelos (1º diretor de educação) e Izaque de Jesus (2º diretor de educação).
         De acordo com esta comissão, Marituba tem uma receita viável ao seu sustente. Os líderes basearam-se nos dados levantados sobre o número de estabelecimentos comerciais existentes na localidade. Estes dados mostravam que havia 96 empresas de médio e grande porte, 4.863 comércios pequenos, 2 mercados públicos, 9 supermercados, 1 ginásio de esportes, 1 hospital-maternidade de urgência e emergência, 1 hospital psiquiátrico, 1 hospital dermatológico, 12 templos da Assembléia de Deus (o central é o 2º maior do Estado), 10 templos da Igreja Católica (onde o do São José não deixa a desejar aos grandes de Belém), 7 postos de gasolina, 2 estádios de futebol, 4 motéis, 10 panificadoras, 4 churrascarias, 9 farmácias, 55 mil habitantes, 21 mil eleitores, 35 escolas entre estaduais, municipais, conveniadas e particulares, 4 creches, a sede central da Emater, o Centro de Recurso Humanos (CTRH), a pioneira linha de ônibus que vai até o centro de Belém, a rodovia de maior movimento passa bem no centro de Marituba (estes dados foram coletados no mês de novembro do ano de 1993).
         Com uma forte propaganda sobre os benefícios da passagem de vila para município, e alicerçados nos movimentos anteriores, compareceram, no dia 21 de abril de 1994, em 16 locais de votação, com 71 seções à disposição da população, 12.444 eleitores (57% dos eleitores aptos a votar, ou seja, 21.774 eleitores estavam aptos). Do total de eleitores votantes, 12.035 (96,1%) pessoas votaram pelo “Sim” e 257 (2,07%) votaram pelo “Não”. Os brancos e nulos somaram 152 votos (1,22%), a abstenção chegou a 9.330. Mas, a partir do dia 21 de abril do ano de 1994, Marituba já era considerada “gente grande”, ou melhor, município do grandioso Estado do Pará.

A influência dos jornais

         No ano de 1983 foi fundado o primeiro jornal do município de Ananindeua, denominado Jornal de Ananindeua, e que tinha à frente o pioneiro Jorge Granhen. Sua primeira manchete foi “Marituba quer sua autonomia”. O jornalista e proprietário de referido jornal foi às ruas para entrevistar alguns dos moradores da Vila de Marituba. A pergunta não poderia ser outra: qual sua opinião sobre a emancipação de Marituba? A maioria disse que seria bem vindo um novo município entre Ananindeua e Benevides. A partir de então todo e qualquer movimento pró-emancipação era publicado no jornal. Após o Jornal de Ananindeua, outros jornais foram fundados como, por exemplo, “A Folha de Marituba”.

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